sexta-feira, 23 de outubro de 2009

WEB 2.0 Você está preparado para o fulturo?





Introdução

Nos dias que correm a Internet faz parte do nosso quotidiano, pois já é encarada como um serviço básico ou ferramenta essencial dependendo da utilização que cada um pratica.

Com o aparecimento da banda larga e a total cobertura do território Brasileiro por esta tecnologia, possuímos condições de acessibilidade à rede ímpares, contribuindo para que a utilização da Web se torne cada vez mais numa rotina diária.
Do ponto de vista dos serviços, os últimos anos têm sido verdadeiramente diferenciadores, com novas aplicações e serviços disponíveis de uma forma completamente gratuita, e com interfaces verdadeiramente revolucionárias que fazem com que aplicações via web, do ponto de vista de funcionalidade e desempenho, se assemelhem ou mesmo ultrapassem as aplicações que instalamos nos nossos computadores.

Atualmente, entramos numa nova era. A era da WEB 2.0.

Naturalmente já todos nós vivemos da Web 2.0. O termo esta cada vez mais em foco, apesar de ter uma significância bastante ampla, e muitas vezes um pouco nebulosa. Quanto mais divulgada e popular é a expressão, mais os limites de sua definição ficam indeterminadas.
No contexto nacional o conceito demorou a ser adotado pro problemas sócio-culturais e apenas agora se começa a explorar a sua aplicação.
Assim, as linhas abaixo procuram definir uma síntese do que, ao menos originalmente, se trata a já famosa Web 2.0.

CONCEITO

No ano de 2001 a famosa bolha das dot-com estourou, fazendo com que o investimento até então realizado desse pouco retorno para a grande parte das empresas. Foram várias as empresas a falir e a perder muito dinheiro. Houve mesmo quem tivesse previsto o fim da Internet. Porém com essa crise a Internet acabou por ganhar uma importância bastante significativa com novas ideias a surgirem todos os dias.
Com este fervilhar de inovação empresas de peso do ramo analisaram uma série de características que permitiu a algumas empresas sobreviverem à crise. Esses conceitos comuns a todas elas formam o que nós chamamos de Web 2.0.

Web 2.0, é uma versão mais humanista da Internet. Uma Internet feita por pessoas para as pessoas.

ARQUITETURA

A WEB 2.0 é a evolução de toda uma rede para uma enorme plataforma que opera, comunica e partilha conteúdos e serviços.
Ao contrário da WEB 1.0 onde cada sistema era independente, na WEB 2.0 impera a interacção e a comunicação entre sistemas como se trata de uma rede autónoma. Uma estrutura desta complexidade apenas foi possível devido ao surgimento de novas tecnologias:

  • Feed RSS" A tecnologia do RSS permite aos utilizadores da Internet subscreverem os sites fornecem “feeds” (alimentadores ou fontes) RSS. Estes são tipicamente sites que mudam ou atualizam o seu conteúdo regularmente. Para isso, são utilizados Feeds RSS que recebem estas actualizações, desta maneira o utilizador pode permanecer informado de diversas atualizações em diversos sites sem precisar visitá-los um a um. As feeds RSS oferecem conteúdo Web ou resumos de conteúdo juntamente com os links para as versões completas deste conteúdo e outros meta-dados. Esta informação é entregue como um arquivo XML designada por “RSS feed”, “webfeed”, “Atom” ou ainda canal RSS.
  • A utilização de API’s online, de Application Programming Interface (ou Interface de Programação de Aplicativos) é um conjunto de rotinas e padrões estabelecidos por um determinado software para a utilização das suas funcionalidades por programas externos, isto é: programas que não querem envolver-se nos detalhes da implementação do software, mas apenas usar os seus serviços.

BETA

Tradicionalmente no mundo do software sempre que é lançada uma nova versão o seu nome evolui com o número da versão: 1.0, 1.3, 2.0 etc. Como na WEB 2.0 os sites deixaram de ser estáticos para passarem a ser aplicativos dinâmicos em constante evolução nunca se atinge uma versão “final”.
Pelo fato da aplicação estar em rede, o feedback dos utilizadores é constante e a incrementação de novas funcionalidades torna-se imperativa fazendo assim o processo de desenvolvimento contínuo sem interrupções por versões. Assim, sites/aplicativos ficam num estado “beta permanente”, denotando uma evolução sem fim.
Apesar do ponto de vista tecnológico o beta eterno fazer sentido, do ponto de vista de marketing o conceito é questionável já que o consumidor precisa de uma percepção clara do valor agregado na evolução do aplicação. Assim, uma forma de empacotamento das fases na evolução do produto continua a ser necessária, mesmo que seja puramente demonstrativo — através de branding, por exemplo.

CONTEÚDO

O conteúdo dos websites também sofreu um enorme impacto com a Web 2.0, dando a cada utilizador a possibilidade de participar, geralmente gerando e organizando as informações. Mesmo quando o conteúdo não é gerado pelos visitantes pode ser enriquecido através de comentários, avaliação, ou personalização.
Algumas das aplicações Web 2.0 permitem a personalização do conteúdo mostrado para cada utilizador, sob a forma de página pessoal, permitindo uma filtragem de informação que cada um considera relevante. A relevância de conteúdo é então analisada e ganha destaque quando setorna popular.
Este conceito da personalização torna-se também relevante quando o conteúdo deixa de se apresentar como apenas texto e passa a estar disponível em imagens, animações flash ou vídeos.
Dentro dos princípios da Web 2.0 o conteúdo deve ser aberto, utilizando licenças como “Creative Commons” que flexibilizam os direitos de autor permitindo que cada utilizador reutilize (republicando, alterando ou colaborando) o conteúdo. A partilha de informações foi essencial para a explosão dos sistemas de conteúdos em forma de blogs. A colaboração também permite criação de conteúdo mais preciso e actualizado como no caso do Wikipedia.
Além do conteúdo editorial e noticioso, na web 2.0 o conteúdo de alguns sites visa gerar comunidades, seja através de sites de relacionamento, comentários em notícias ou blogues.

Tags

A Folksonomia é a conjunção de duas palavras, “folk” (povo, pessoas) e “taxonomia”. Algo que pode ser traduzido como a “classificação efectuada por pessoas”. Em vez de ser utilizada uma forma hierárquica e centralizada de categorização de informação (taxonomia), as pessoas escolhem simplesmente palavras-chave (TAGS, ou etiquetas) que melhor dão um significado ao objeto (texto, imagem ou som) que pretendem classificar, numa semântica mais clara e objetiva.

Social

A WEB 2.0 tem uma forte componente Social e é usada na descrição e interação dos utilizadores. A forma mais comum de socializar é usada para quebrar distâncias físicas através de conferências por webcam ou na partilha de imagens e fotos. A estes elementos é também comum atribuir uma geo-referenciação de forma a localizar uma área, morada ou monumento.
A utilização web como forma de comunicação tem vindo a aumentar e a criação de redes sociais permite que as pessoas se relacionem no mundo virtual ou até mesmo encontrar amizades perdidas. O conceito do social assenta na criação de perfis que identifiquemo indivíduo e a sua localização, analisem a sua reputação e o que os outros sentem por ele, redes de confiança e amizade, grupos de interesse e conversas sobre tópicos comuns e essencialmente a partilha de conteúdos com os outros utilizadores.

P2P

A massificação de redes Peer-to-Peer permite uma forma eficaz e eficiente na distribuição de informação e polémicas (relativas à legalidade dos conteúdos) à parte desempenha um papel essencial na evolução da comunicação.

Todos os computadores ligados à rede funcionam como receptores e emissores de informação e como não existe uma gestão central a informação navega directamente da origem ao seu distinto não passando por diversos nós que tornam a comunicação repetida e mais lenta. A proliferação desta forma de transmissão permite transferência de ficheiros de maior volume e dados de voz e vídeo o que resulta numa Internet mais dinâmica e rica.
A descentralização da informação permite também a

que cada utilizador tenha uma maior relevância na criação e partilha de conteúdos.

INTERFACE

A criação e produção de sites para a WEB 2.0 sofreu enormes alterações. Agora a experiência do utilizador tem que ser rica, ou seja, o site não pode ser lento, tem que ser absurdamente fácil de usar e encontrar informações.
As novas tecnologias de programação como o Ajax (JavaScript+XML) permitem um interface rico, rápida e de fácil utilização, onde não é necessário recarregar toda a página mas apenas a informação desejada. Os layouts convencionais deram lugar a uma nova abordagem, onde pensa-se primeiro no conteúdo, depois num interface que entregue este conteúdo de forma rápida ao utilizador.

Design

A WEB 2.0 é marcada também pelo seu design mais atrativo e apelativo. A utilização de layouts com cores neutras, a criação de caixas com cantos

redondos, imagens com transparências, botões sombreados, bonecos tridimensionais ou marcas de água são exemplos típicos de um ambiente WEB 2.0.
Outra forma bastante popular de caracterizar um site na WEB inovadora passa pela apresentação de um logótipo único, forte, divertido e com cores bem definidas capaz de ser identificado e distinguido dos demais serviços. Como a web relaciona-se entre si a utilização dos mesmos símbolos permite aos utilizadores identificar mais facilmente diferentes tipos de informações.
O design é importante não só pela sua imagem maspela forma como apresenta a informação. Na elaboração um projecto para Internet tem de se analisar muito bem a forma como os utilizadores usam o site e facilitar no processo de navegação pela informação de forma a que o site dê o resultado esperado.
A usabilidade e a arquitetura da informação, incluindo a arquitetura da participação (no caso de sites que o utilizador é parte activa na construção do seu conteúdo) são pontos indispensáveis da WEB 2.0 e permite que os sistemas se tornem

mais efectivos, eficientes e satisfatórios.
Mas o design não fica por aqui e há que ter em especial atenção a acessibilidade de cada página permitindo o aumento do tamanho das letras ou a alteração do contraste e brilho. Visto que muitas das pessoas desabilitadas passam bastante tempo online foi necessário adaptar os conteúdos e a navegação ás suas exigências, como legendas em vídeos ou navegação por voz.

MARKETING

O marketing e a publicidade foram sujeitos a profundas alterações impulsionadas pela evolução da WEB.

A forma como as empresas se apresentam perante o seu público passou a ser diferente pois à comunicação e difusão de informação deu lugar a interação. Como a Internet é feita de pessoas a publicidade deixou de ser uma via única de transmissão da mensagem e tornou-se num relacionamento da empresa com os seus consumidores.
Foram criados novos conceitos de marketing de performance onde se deixa de pagar pelo serviço mas apenas pelos resultados que se recebem. O fato de estar na Internet não deve ser apenas para estar fora dela mas pelo fato da ação online ter um retorno muito superior ao investimento.
As antigas campanhas publicitárias deram lugar a conceitos de rentabilização onde apenas se paga pelos cliques efetivos, marketing através de links patrocinados, classificação em motores de busca (Search Engine Optimization) e uso dos media para estratégias de marketing viral.

Tudo se vende e tudo se compra na web logo uma pessoa com um computador ligado à Internet é um potencial consumidor.

CONCLUSÕES

Desde a sua criação a web nunca parou de evoluir, apenas em determinada altura deu um salto significativo e com modelos de negócio muito mais realistas.
O termo Web 2.0 certamente ajudou a consolidar esta nova percepção de valor da Internet. Ao mesmo tempo, o foco da Internet e a sua integração no modus operandi das empresas, permitiu a criação de novos e vitais canais de geração de receitas, reduções de custos e catalogação de um sistema de CRM inteligente e detalhado. O marco mais significativo da presença e influência que a WEB 2.0 tem sobre o mundo atual foi a distinção de todos nós pela revista TIME como pessoa do ano

Na WEB 2.0 o conteúdo é rei e o poder vem das pessoas.

O futuro já está ai e a WEB 3.0 está em fase de conceptualização. O próximo desafio passa por tornar a web mais semântica e ainda mais relacional com forte portabilidade de dados distintos, o uso de standards e tecnologias abertas com enorme potencial de evolução.


Espero que tenham gostado.

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